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As Novelas durante as Copas – 1978, 1982 e 1986

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Que Copa que nada! Em 1978, o brasileiro queria era saber quem matou Salomão Hayalla (Dionísio Azevedo) em "O Astro" (Foto: CEDOC/TV Globo)

Dando continuidade à série sobre as Novelas exibidas durante Copas do Mundo, apresento essa semana as Copas da Argentina, em 1978, da Espanha, em 1982, e do México, em 1986.

A Copa de 1978 aconteceu entre 1º e 25 de junho daquele ano, e entrou para a História como o campeonato em que a Argentina tirou o Brasil da final ganhando de goleada do Peru, numa partida pra lá de controversa e suspeita. O Brasil terminou em terceiro lugar, enquanto a Argentina sagrou-se campeã. Em junho de 1978, a Globo exibia as novelas “Maria Maria”, “Te Contei?”, “O Astro” e “O Pulo do Gato”.

Maria Maria” foi exibida no horário das seis, um sucesso de Manoel Carlos que apresentava Nívea Maria em papel duplo: as sósias Maria Alves – pobre e simplória – e Maria Dusá – rica e sofisticada. A novela estava em seus últimos capítulos, e terminou às vésperas do fim da Copa. Na segunda-feira do dia 26 de junho, estreava a nova atração do horário, a novela “Gina”.

Às sete horas era exibida “Te Contei?”, despretensiosa trama de Cassiano Gabus Mendes, com Luiz Gustavo vivendo o carismático cego Léo, e um elenco de belas atrizes, entre elas, Maria Cláudia, Susana Vieira, Ilka Soares, Maria Della Costa, Wanda Stephânia e Heloísa Milet.

A novela das dez horas deste período era “O Pulo do Gato”, de Bráulio Pedroso, que entrava em sua fase final. Uma trama pouco lembrada, mas com o costumeiro texto de Bráulio, crítico e sarcástico. No elenco, Jorge Dória, Sandra Bréa, Mário Gomes e Ítala Nandi, entre outros.

Camila Amado, Rui Rezende, Julciléia Telles e Milton Gonçalves em "O Pulo do Gato" (Foto: CEDOC/TV Globo)

Às oito da noite o Brasil vivia a comoção coletiva de um dos “quem matou” mais emblemáticos da História de nossa Televisão: todos se perguntavam quem, afinal, havia matado Salomão Hayalla, personagem de Dionísio Azevedo na novela “O Astro”, de Janete Clair. A trama estava em seus derradeiros capítulos – se estenderia por mais uma semana após o término da Copa. A exemplo do que acontecera em “Irmãos Coragem” – outro folhetim de Janete, na época da Copa do México, em 1970 -, “O Astro”, também, registrou índices de audiência superiores aos das transmissões dos jogos da seleção brasileira durante a Copa da Argentina.

De 1978, pulamos para 1982. Era a Copa na Espanha e o Brasil fazia uma das melhores campanhas da história da seleção brasileira, com um “dream team” poucas vezes visto. Mas, o italiano Paolo Rossi foi o carrasco de nossa seleção, no fatídico jogo contra a Itália que tirou o Brasil da final. A Copa da Espanha aconteceu entre 13 de junho e 11 de julho de 1982, quando a Globo transmitia as novelas “O Homem Proibido”, “Elas por Elas” e “Sétimo Sentido”.

O Homem Proibido”, novela de Teixeira Filho adaptada do folhetim homônimo de Nelson Rodrigues, foi apresentada às seis da tarde e seu lançamento causou furor: como assim adaptar o “Anjo Pornográfico” para o horário das seis? Mas a trama – estrelada por Elizabeth Savalla, David Cardoso e Lídia Brondi, que viviam um triângulo amoroso na história – não apresentou nada além do permitido. Mesmo com a presença de David Cardoso, famoso ator de pornochanchadas na época.

Eva Wilma e Cristina Pereira em "Elas por Elas" (Foto: CEDOC/TV Globo)

Às sete horas, Cassiano Gabus Mendes apresentava uma de suas novelas de maior sucesso (e uma de minhas preferidas!): “Elas por Elas”, a história de sete amigas dos tempos de colégio que se reencontravam depois de vinte anos, mudando drasticamente suas vidas. Eram elas Márcia (Eva Wilma), Wanda (Sandra Bréa), Natália (Joana Fomm), Helena (Aracy Balabanian), Adriana (Esther Góes), Carmem (Maria Helena Dias) e Marlene (Mila Moreira). E, de quebra, as desventuras do atrapalhado detetive Mário Fofoca, imortalizado por Luiz Gustavo em um terno xadrez lilás.

Janete Clair era a autora da novela das oito da época, “Sétimo Sentido”. Percebeu como ela sempre esteve presente em períodos de Copa? – 1970, 1974, 1978 e 1982. Paranormalidade e dupla identidade foram temas abordados nesta trama estrelada por Regina Duarte, intérprete da protagonista Luana Camará, uma médium que, em determinado momento, incorporou o espírito da falecida atriz italiana Priscila Capricce. Francisco Cuoco, Carlos Alberto Riccelli, Eva Todor, Cláudio Cavalcanti e Natália do Valle também estavam no elenco.

A Copa voltava para o México no ano de 1986. Como na Espanha, em 1982, o Brasil foi, novamente, eliminado nas quartas de final. A Copa de 1986 ocorreu de 31 de maio a 29 de junho deste ano, enquanto iam ao ar as novelas “Sinhá Moça”, “Cambalacho” e “Selva de Pedra” (o remake).

Christiane Torloni e José Mayer no rermake de "Selva de Pedra" (Foto: CEDOC/TV Globo)

Sinhá Moça”, adaptação de Benedito Ruy Barbosa a partir do livro de Maria Dezonne Pacheco Fernandes, tinha muitos pontos em comum com a novela “Escrava Isaura”, exibida exatos dez anos antes. Ambas eram tramas de época, de cunho abolicionista, em que a mocinha era interpretada por Lucélia Santos (Isaura e Sinhá Moça) e o terrível vilão era vivido por Rúbens de Falco (Leôncio Almeida e Barão de Araruna).

Às sete da noite, o país se divertia com a trama de “Cambalacho”, inesquecível sucesso de Silvio de Abreu, com Fernanda Montenegro vivendo a cambalacheira Naná, Gianfrancesco Guarnieri, como seu fiel escudeiro Gegê, e Natália do Valle, como Andreia Souza e Silva (“Perigosaaaaaaa!”), um ícone entre as vilãs dos anos 1980. Ainda, a presença de Regina Casé, como a hilária e desmiolada Tina Pepper e seu sonho de ser uma cantora rica e famosa (“você me incendeia!“).

Depois do sucesso de “Roque Santeiro”, a Globo apostou na reedição de um clássico de nossa Teledramaturgia para substituí-la: “Selva de Pedra”, de Janete Clair – olha ela aqui novamente, ainda que já falecida. Óbvio que este remake não repetiu os 100% de audiência que a trama original chegou a alcançar. Mas manteve o esperado para o horário das oito da Globo. A então iniciante Fernanda Torres foi a escolhida para viver a sofrida protagonista Simone, por causa do bom momento pelo qual a atriz passava, com prêmios no teatro e no cinema. Tony Ramos era o mocinho Cristiano Vilhena, e Christiane Torloni brilhou na pele da vilã Fernanda.

Na semana que vem, relembro as novelas da época das Copas de 1990 (Itália), 1994 (Estados Unidos) e 1998 (França).

LEIA TAMBÉM: As Novelas durante as Copas:

1966 Inglaterra, 1970 México e 1974 Alemanha
1990 Itália 1994 EUA 1998 França
2002 Coréia do Sul/Japão, 2006 Alemanha e 2010 África do Sul


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